quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Mikky Ekko - Who are you now. / Lisboa, Parque das nações



UM QUASE CONTO POUCO EDIFICANTE:
O lance do presidente da Junta (parte 7 de 7)
(Continuação da semana anterior)




As nuvens que ameaçaram estragar a festa recolheram ao soar do meio do dia e a tarde mostrou-se gloriosa. A aldeia engalanou-se como há muito não se via, as gentes vestiram as roupinhas de ver a Deus há décadas guardadas em baús, provocando um cheiro a naftalina que se  entranhou por todas as ruas e vielas da localidade. A nervosa e muito empenhada banda filarmónica atarefa-se dando os últimos acordes.

Um valente arreial está montado no largo do pelourinho e apesar do Natal ainda vir longe, a torre da igreja já tem as castanhas e os rebuçados da ordem para serem atirados aos cidadãos.

Na sala magna da Junta de freguesia a excitação é imensa e nem a boa noticia sussurrada pelo vereador que tem o stand de automóveis acalmam os tiques do Presidente da Junta.

A banda filarmónica dos bombeiros começa a tocar surpreendentemente afinada quando o vistoso automóvel do Monsieur De La Croix entra finalmente na povoação, depois de ter levado para longe a agradecida agente das Atividades Económicas.

O francês sobe os três degraus até à porta da Junta sob vivas, bênçãos e muitos aplausos das gentes que acorreram ao largo do pelourinho.

O momento da verdade tinha chegado.

Perante uma nervosa e emudecida assembleia, talvez pelos tiques, talvez pelo stress ou pela falta que a D. Guida lhe faz, o Presidente da Junta embrulha-se no intrincado discurso que preparara.

A doação de cento e oitenta mil euros que a aldeia fez o milagre de conseguir para a beata obra de caridade de Monsieur De La Croix, devia aparecer subrepticiamente no discurso. Um detalhe sem importância, coisa marginal. A malta deu o que tinha e também o que não tinha, está empenhada até à raiz dos cabelos, mas aguenta confiante. Este sacrifício, elevado à condição de dever nacional e ato moral tantas vezes lembrado pelo prior lá do alto do pulpito. Tamanho sacrifício  irá valer bem a pena perante os benfazejos investimentos anunciados e que tanto conforto irá dar aos ilustres Vereadores da Junta.

Mas o Presidente da Junta baralhou-se todo  no seu discurso e entre piscares de olhos e ombros encolhidos, a aflição falou mais alto e  quase suplicou que Messiê De La Corix aceitasse a porra dos cento e oitenta mil e construisse de uma vez por todas o Call Center da tal hig tech, o hotel que até pode ser de três estrelas  e desse um cargo de Direção ao seu filho do meio.

Muito piscou e se abanou o Presidente da Junta nos intermináveis vinte segundos que se seguiram.

Mas esta é uma história que acaba bem e Monsenhor De La Croix, pelas suas próprias palavras, teve o maior gosto em anunciar a sua escolha. Quando os aldeões ouviram ser dito o nome da sua aldeia, o diabo desceu à terra e pulou, dançou e rejubilou de alegria. O resto do discurso do bisneto mais importante da vila rival, a de Baixo, perdeu-se no meio da valente algazarra que se seguiu.

A rebentar de orgulho, e com o pensamento do Audi A6 que o vereador reservara para si, a trémula mão do Presidente da Junta foi lesta a transferir os cento e oitenta mil euros para a caridosa obra de Messiê De La Croix. Quando clicou na tecla do computador da junta para finalizar a transação, o primeiro foguete estoirou nos céus de Alforges de Cima.

E a festa começou brava e brava continuaria, não fosse o Fagundes murmurar ao ouvido do Presidente da Junta que festa igual estava a acontecer em Alforges de Baixo, o que lhe provocou um violento ataque de tiques e toques.

Minutos depois começou a correr a notícia pela populaça que a malta de Alforges de Baixo também celebrava coisa igual.

Calaram-se os foguetes, a banda filarmónica e a gritaria. Só um cachorro, talvez incomodado com tamanho silencio, desatou a ladrar esganiçadamente.

Todos os olhares convergiram para o telemóvel do Presidente da Junta que tentou uma, duas, três, muitas vezes, falar com o Cruz.

Nunca mais ninguém pôs a vista em cima do cabrão do Cruz.

Nem em cima dele, nem nos cento e oitenta mil euros.

E os dias que restaram à D. Guida nesta vida passaram-se numa benfazeja acalmia.

Por vezes vemo-la a suspirar por algo, mas há coisas que o ex presidente da junta deixou de conseguir fazer desde esse dia de tão má memória.


































LOCAIS ONDE SE PASSA A ACÇÃO

Lisboa - Parque das Nações


















Pedro Lage
Médico emigrado em Boston. 

Regressa a Lisboa à procura de vingar a morte de sua esposa, Annie Choat.
























Sam Rilley (2º livro)
Viúva, mãe da Katty.
Muda-se de Fort Worth, Texas, para Cape Cod, Massachusetts , na esperança de refazer a sua vida.

Recupera uma velha mansão na praia. Uma festa na Igreja de Provincetown irá alterar radicalmente a sua vida.





















Teresa Belo
Prostituta de luxo com uma visão positiva, confiante e muito gratificante da vida. Não fosse a enorme  obsessão do Carlos Parreira por ela e, sim, era caso para dizer:

 la vie en rose.























Sam Rilley (2º livro)
Viúva, mãe da Katty.
Muda-se de Fort Worth, Texas, para Cape Cod, Massachusetts , na esperança de refazer a sua vida.

Recupera uma velha mansão na praia. Uma festa na Igreja de Provincetown irá alterar radicalmente a sua vida.


























Katty Rilley (2º livro)

Filha da Sam. 
Com o inseparável Bob, o amigável pastor belga, calcorreia alegremente as praias de Cape Cod. Até ao dia em que dá com um homem solitário no topo da sua duna preferida.


































Padre Thomas (2º livro)
Cedo o bom padre Thomas desenvolve uma tranquila amizade com o Pedro Lage. O convite que fez ao Pedro para abrilhantar uma festa na sua paróquia irá desencadear um conjunto de ações que nenhum poderia suspeitar.































Chefe Mike (2º livro)
O chefe Mike tem uma boa vida na tranquila  Provincetown, e tem-na aproveitado ao máximo. A chegada de um forasteiro irá complicar muito a pacatez do bom Xerife.  E com ele surge o primeiro assassínio na pacífica povoação de  Cape Cod.

























Edward Choat (2º livro)
Pai da Annie. 

Devastado pela morte da filha, tenta preservar as memórias num caderninho que leva consigo para todo o lado.  Subitamente, numa visita ao Pedro Lage, o seu quotidiano sofre uma dramática alteração.


























Gianpiero Bozzo
Banqueiro e um dos chefes da Máfia americana. 
Adotou o Pedro Lage quando este, numa arriscada intervenção cirúrgica ao cérebro,  salvou o seu filho único de uma morte certa.

 Trata por filha a Annie Choat e jurou vingar a sua morte.



























Clara de Souza (2º livro)
Esposa do Inspetor Frederico. 

Preocupada com a obsessão do marido pelo insolúvel caso de Sevilha, reúne todas as forças para lutar por ele, tentando resgatá-lo  do crescente alheamento que o atormenta. 


























Inspetor Frederico de Souza
Recentemente aposentado da PJ.

 Apesar de ter colaborado marginalmente no caso do atentado em Sevilha, a impunidade do ato leva-o a encetar uma obsessiva cruzada em busca da verdade.

























Miguel Lacerda
Inspetor da PJ. Desencantado com a vida, com a ex mulher e com a reforma que teima em fugir. 

A estranha ligação de um banqueiro assassinado a uma prostituta desaparecida ameaçam estragar o Natal cuidadosamente preparado com a sua filha.


































Jota


Inspector criminal da DNIC Angolana. Coordena uma investigação em  Cabinda e tenta não saír chamuscado deste mediático caso.




























Carlos Parreira.
Psicopata e assassino, desenvolve uma forte obsessão pela Teresa Belo, uma prostituta de Luxo de Lisboa. Ex. mercenário. Atualmente responsável pela segurança da ELAD, a empresa angolana de lapidação de diamantes.






























Anselmo Munguambe
Ex inspector criminal da DNIC Angolana. 

Vê-se envolvido numa investigação em  Cabinda. Tenta sem grande êxito esquecer o seu amante de Luanda, o Puto Zé.
































Puto Zé

Para ele, a vida é uma festa. Ou melhor: muitas festas. Vive-a intensamente,

sem preocupações nem amarras. Um homem que nunca deixou se ser um puto.






























Kiese
Jovem agente da policia de Cabinda. 

Durante demasiado tempo investigou sozinho o caso das jovens desaparecidas. Com a chegada dos reforços vindos de Luanda, o seu equilíbrio ameaça desintegrar-se.



























John Travis
Ex. mercenário  Sul Africano. 

Participou com o Carlos Parreira no massacre de Nyarubuye. Banido de uma força privada de segurança, procura junto do amigo um emprego na Elad, a empresa angolana de lapidação de diamantes.























Padre Thomas (2º livro)
Cedo o bom padre Thomas desenvolve uma tranquila amizade com o Pedro Lage. O convite que fez ao Pedro para abrilhantar uma festa na sua paróquia irá desencadear um conjunto de ações que nenhum poderia suspeitar.
























Chefe Mike (2º livro)
O chefe Mike tem uma boa vida na tranquila  Provincetown, e tem-na aproveitado ao máximo. A chegada de um forasteiro irá complicar muito a pacatez do bom Xerife.  E com ele surge o primeiro assassínio na pacífica povoação de  Cape Cod.








































Katty Rilley (2º livro)

Filha da Sam. 
Com o inseparável Bob, o amigável pastor belga, calcorreia alegremente as praias de Cape Cod. Até ao dia em que dá com um homem solitário no topo da sua duna preferida.























Teresa Belo
Prostituta de luxo com uma visão positiva, confiante e muito gratificante da vida. Não fosse a enorme  obsessão do Carlos Parreira por ela e, sim, era caso para dizer:

 la vie en rose.






























Inspetor Frederico de Souza
Recentemente aposentado da PJ.

 Apesar de ter colaborado marginalmente no caso do atentado em Sevilha, a impunidade do ato leva-o a encetar uma obsessiva cruzada em busca da verdade.


























Sam Rilley (2º livro)
Viúva, mãe da Katty.
Muda-se de Fort Worth, Texas, para Cape Cod, Massachusetts , na esperança de refazer a sua vida.

Recupera uma velha mansão na praia. Uma festa na Igreja de Provincetown irá alterar radicalmente a sua vida.


























Annie Choat
Mulher de Pedro Lage. 
Morreu num atentado em Sevilha, quando uma bomba explodiu perto da Giralda.





















Pedro Lage
Médico emigrado em Boston. 

Regressa a Lisboa à procura de vingar a morte de sua esposa, Annie Choat.

















Sem comentários:

Enviar um comentário