“Que a terra te seja leve” é mais que um thriller. Conta a história de Pedro Lage, jovem médico emigrado em Boston que regressa a Lisboa procurando vingar a morte de sua mulher. Refugia-se nas recordações de Annie e no piano que toca à noite na Taberna da Cerveja, para os lados da Graça. Perdido no seu objetivo, coloca a hipótese de regressar à América. Um inspetor reformado da polícia judiciária aborda-o num bar e fala de um caso até então insolúvel.
O
livro conta a história de Carlos Parreira, assassino em série que
atua sob a capa de responsável pela segurança da ELAD,
a empresa angolana de lapidação de diamantes.
Sente uma atração obsessiva e sádica por uma bonita prostituta de
Lisboa.
Conta
igualmente a história de Anselmo Munguambe, ex polícia criminal.
Uma investigação mal resolvida com fortes ligações ao poder ditou
o seu afastamento da DNIC, a polícia criminal de Angola.
O amante abandona-o e Anselmo, depressivo, passa os seus dias
prostrado numa rede, mexendo-se o menos possível e tentando não
pensar em nada. Contra sua vontade, o antigo chefe envolve-o numa
investigação privada; a neta de um negociante de armas desapareceu
em Cabinda.
“Que
a Terra te seja leve” é também a história de Frederico de Souza,
o Inspetor reformado da polícia judiciária de Lisboa que vive
obcecado pelo maior caso da sua carreira e que permanece insolúvel;
de Teresa Santos, a prostituta de luxo que encontrou o que sempre
procurou para de seguida tudo perder e de Samantha Rilley, uma Texana
a viver em Cape Cod tentando refazer a vida após a morte do marido.
“Que
a Terra te seja leve” é principalmente sobre Annie, que vive ao
longo de toda a obra nas recordações de Pedro Lage, uma memória
terna, nostálgica e, por vezes, desesperada.
"Que
a terra te seja leve" foi escrita em dois livros. A busca de
vingança em Lisboa, um atentado bombista em Sevilha e uma série de
raparigas assassinadas em Cabinda, acontecimentos aparentemente
desconexos, irão entrelaçar-se numa perseguição onde o caçador
acabará por ser a presa. Por fim, numa solitária casa de praia em
Cape Cod, todos os segredos serão revelados.
No
primeiro livro, a ação reparte-se entre Lisboa e Cabinda, explora
as motivações, desejos e obsessões das quatro personagens principais. As
suas histórias, inicialmente separadas, irão entrelaçar-se numa
espiral de violência, culminando nos arredores de Cabinda.
No
segundo livro, a trama centra-se em Cape Cod, Massachusetts, numa
isolada casa de praia e é contada apenas por uma personagem.
O
caminho em direção a uma nova oportunidade de vida é subitamente
posto em causa pelo regresso de uma personagem do passado.
A
escrita vai alternando consoante a característica dos personagens.
Nos capítulos do Carlos Parreira, a narrativa é crua e algumas
descrições mais explícitas poderão chocar o leitor.
Pretendi
retratar as ações e emoções do ponto de vista do assassino.
Ajudaram-me neste trabalho as leituras de autores como Thomas Harris,
Patricia Cornwell ou Jean-Cristophe Grange. Já quanto à “fala”
do Pedro Lage, a escrita torna-se terna e nostálgica (perda do ente
querido) bem como romântica ( um novo amor). Nos capítulos do
Anselmo Munguambe e do John Travis tentei realçar a dificuldade de
inserção social. Um, pela sua homossexualidade e o outro devido ao
passado que condiciona as suas atitudes.
“Que a Terra te seja leve” é mais que um thriller; fala sobre solidão, perda e dor. Mas também é sobre recomeços e novas esperanças, algumas falhadas e outras que se mantém vivas. Fala da luta que se trava, tantas vezes connosco próprios, para seguir em frente e acreditar num amanhã melhor… mesmo quando tal não acontece.
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