UM QUASE CONTO POUCO EDIFICANTE:
O lance do presidente da
Junta (parte 3 de 7)
O António, o diligente
secretário do Presidente da Junta,
comenta com os amigos a extrema dedicação da D. Guida para com o esposo.
- A mulher farta-se de me
telefonar a perguntar pelo marido – diz visivelmente ciumento, certamente
pensando na mulher, a Beta, muito mais preocupada com os gatos e demais
bicharada, do que com ele – E quando digo à D. Guida que o Presidente anda nervoso, a pobre mulher fica numa aflição que
só visto!
Também as frequentes
visitas do Presidente a sua casa procurando pela D. Guida são motivo de falatório. O nervoso
homem, sempre preocupado com a cada vez mais delicada saúde da mulher, passou a
ser motivo de muito suspiro entre a
população feminina e basto falatório picante
entre os seus pares.
O desconsolado “hum” que
ouviu do Monsieure Pierre de la Croix ao comunicar a intenção da Junta doar dez mil euros para a sua oba benemérita,
esfrangalhou os nervos do Presidente da Junta.
Agora a D. Guida está a
pagar ativamente as favas de tamanha falta de interesse do Pierre de La Croix.
Enquanto o Presidente da
Junta se esfalfa em cima da D. Guidinha buscando frenético a fugaz calma
muscular, a pobre mulher vai pensando que tem de por um ponto final nesta
continua sessão ginasticada.
As reuniões extraordinárias
da junta de freguesia sucedem-se a um ritmo semelhante ao abrir as pernas da D. Guida.
Talvez aqui e ali as pernas da D. Guida se abram com mais frequência,
fruto da stressada imaginação do Presidente da Junta, que vislumbra o seu
precioso Audi A6, ora à distância de um passo ora a esfumar-se ao sabor dos
humores do Pierre de La Croix.
Ontem à tarde, por exemplo,
depois de um surto especialmente violento de stress do Presidente da Junta, a
D. Guida chegou à conclusão que sempre repousava um pouco mais se simplesmente
se deixasse estar deitada e, de preferência, com as pernas abertas.
Na terceira sessão
extraordinária da Assembleia da Junta de hoje, discutia-se o reforço da doação
a fazer à obra benemérita do Messiêr Pierre de la Croix. O problema que agora os Vogais se deparam
reside no triste facto dos ilustres Alforgerences já terem dado mais do que tinham. Esta é a
triste verdade a que acabaram de chegar e faz com que os nervos do Presidente
da Junta atinjam novo pico e stress.
Para tornar a doação
irrecusável, muitos Vogais tiveram que
se endividar. Mas o Call center a
instalar na vila vale bem todos os sacrifícios. Vale principalmente os ganhos
futuros para cada um dos ainda eufóricos vereadores.
Ontem a D. Guida andou numa
azáfama quando Messiê Pierre confidenciou ao marido estar a pensar construir
também um hotel de quatro ou até mesmo de cinco estrelas. Logo um de cinco estrelas, berrou o afogueado
Presidente da Junta em cima da pobre Guidinha.
Aquele desconsolado “hum”
grunhido pelo Pierre de la Croix é que pôs toda gente desvairada e a D. Guida à
beira de um estado de nervos.
Rapidamente um brutal imposto
sobre os munícipes foi aprovado quase por unanimidade. Os dois
comunistas da Junta arengaram sobre a falta de legalidade da medida mas ninguém
ligou aos tipos. Ao fim e ao cabo esta esquerdalha está sempre do contra e é
toda legalista quando lhe convém.
Prestimoso, o prior da
freguesia ofereceu-se para doar as oferendas das próximas missas, levando este
movimento cívico para um patamar de santidade pouco visto nestas movimentações
monetárias.
A liga das mães e esposas
de Alforges de Cima foi orientada a fazer rifas, quermesses e qualquer outra
coisa para arrecadar mais dinheiro. Da mesma forma as gentes da aldeia foram
incentivadas a comparecer e, principalmente, a comprar as ditas rifas. Rifas e
o que por lá houver. Nesta ação comunitária o bom Prior deu uma santa ajuda,
gritando do púlpito que qualquer Alfogerence de Cima que não comprasse uma rifa
não era um bom cristão. E se dúvidas houvesse, a firme mão do pecado e do fogo
do inferno dirigiu os aldeões para o sítio certo, gastando beatamente as poucas
poupanças que ainda conservavam debaixo dos colchões.
Os serviços secretos de
Alforges de Cima informaram que a sua irmã gémea, dita “de Baixo”, andava em idêntica lufa lufa, o
que só serviu para aumentar o nervos do
Presidente da Junta e o cansaço da D. Guida.
Decidiram os vereadores
quase por unanimidade vender o maior quadro
do salão magno (mas quem liga aos votos contra dos comunas, por amor de Deus?).
Para grande alarme da malta
da Junta e da D. Guidinha, a venda da pintura
da Junta pouco rendeu.
Foi então que num
derradeiro esforço, penhoraram o lavadouro comunitário, o pelourinho e o burro
do Silva.
Ao final do dia os
valorosos Vogais da Junta de Freguesia de Alforges de Cima tinham cometido a proeza
de reunir oitenta mil euros.
A adrenalina estava a mil e
o Presidente não cabia em si de tantos nervos.
Por isso rumou apressado
para casa.
- Guidinhaaa!
De tão nervoso que
estava, o Presidente da Junta não
reparou no papel que repousava no leito conjugal.
Dizia:
Meto férias e só regresso quando esta maldita história acabar. Entretanto tens o Bataclã ou
quem tu quiseres para te aliviar.
Beijinhos,
Guida.
(continua)
LOCAIS ONDE SE PASSA A ACÇÃO
Boston - Rio Charles
Katty
Rilley (2º livro)
Filha
da Sam.
Com
o inseparável Bob, o amigável pastor belga, calcorreia alegremente
as praias de Cape Cod. Até ao dia em que dá com um homem solitário
no topo da sua duna preferida.
Pedro
Lage
Médico
emigrado em Boston.
Regressa
a Lisboa à procura de vingar a morte de sua esposa, Annie Choat.
Sam
Rilley (2º
livro)
Viúva,
mãe da Katty.
Muda-se
de Fort Worth, Texas, para Cape Cod, Massachusetts , na esperança de
refazer a sua vida.
Recupera
uma velha mansão na praia. Uma festa na Igreja de Provincetown irá
alterar radicalmente a sua vida.
Inspetor
Frederico de Souza
Recentemente
aposentado da PJ.
Apesar
de ter colaborado marginalmente no caso do atentado em Sevilha, a
impunidade do ato leva-o a encetar uma obsessiva cruzada em busca da
verdade.
Teresa
Belo
Prostituta
de luxo com uma visão positiva, confiante e muito gratificante da
vida. Não fosse a enorme obsessão do Carlos Parreira por ela
e, sim, era caso para dizer:
la
vie en rose.
Gianpiero
Bozzo
Banqueiro
e um dos chefes da Máfia americana.
Adotou
o Pedro Lage quando este, numa arriscada intervenção cirúrgica ao
cérebro, salvou o seu filho único de uma morte certa.
Trata
por filha a Annie Choat e jurou vingar a sua morte.
Edward
Choat (2º
livro)
Pai
da Annie.
Devastado
pela morte da filha, tenta preservar as memórias num caderninho que
leva consigo para todo o lado. Subitamente, numa visita ao
Pedro Lage, o seu quotidiano sofre uma dramática alteração.
Clara
de Souza (2º
livro)
Esposa
do Inspetor Frederico.
Preocupada
com a obsessão do marido pelo insolúvel caso de Sevilha, reúne
todas as forças para lutar por ele, tentando resgatá-lo do
crescente alheamento que o atormenta.
Anselmo
Munguambe
Ex
inspector criminal da DNIC Angolana.
Vê-se
envolvido numa investigação em Cabinda. Tenta sem grande
êxito esquecer o seu amante de Luanda, o Puto Zé.
Carlos
Parreira.
Psicopata e
assassino, desenvolve uma forte obsessão pela Teresa Belo, uma
prostituta de Luxo de Lisboa.
Ex.
mercenário. Atualmente responsável pela segurança da ELAD, a
empresa angolana de lapidação de diamantes.
.
Puto
Zé
Para
ele, a vida é uma festa. Ou melhor: muitas festas.
Vive
a vida intensamente, sem preocupações nem amarras. Um homem que
nunca deixou se ser um puto.
Padre
Thomas (2º
livro)
Cedo
o bom padre Thomas desenvolve uma tranquila amizade com o Pedro Lage.
O convite que fez ao Pedro para abrilhantar uma festa na sua paróquia
irá desencadear um conjunto de ações que nenhum poderia suspeitar.
Chefe
Mike (2º livro)
O
chefe Mike tem uma boa vida na tranquila Provincetown, e tem-na
aproveitado ao máximo. A chegada de um forasteiro irá complicar
muito a pacatez do bom Xerife. E com ele surge o primeiro
assassínio na pacífica povoação de Cape Cod.
Miguel
Lacerda
Inspetor
da PJ. Desencantado com a vida, com a ex mulher e com a reforma que
teima em fugir.
A
estranha ligação de um banqueiro assassinado a uma prostituta
desaparecida ameaçam estragar o Natal cuidadosamente preparado com a
sua filha.
Jota
Inspector
criminal da DNIC Angolana. Coordena uma investigação em
Cabinda e tenta não saír chamuscado deste mediático caso.
Kiese
Jovem
agente da policia de Cabinda.
Durante
demasiado tempo investigou sozinho o caso das jovens desaparecidas.
Com a chegada dos reforços vindos de Luanda, o seu equilíbrio
ameaça desintegrar-se.
Teresa
Belo
Prostituta
de luxo com uma visão positiva, confiante e muito gratificante da
vida. Não fosse a enorme obsessão do Carlos Parreira por ela
e, sim, era caso para dizer:
la
vie en rose.
Sam
Rilley (2º
livro)
Viúva,
mãe da Katty.
Muda-se
de Fort Worth, Texas, para Cape Cod, Massachusetts , na esperança de
refazer a sua vida.
Recupera
uma velha mansão na praia. Uma festa na Igreja de Provincetown irá
alterar radicalmente a sua vida.
Pedro
Lage
Médico
emigrado em Boston.
Regressa
a Lisboa à procura de vingar a morte de sua esposa, Annie Choat.
Annie
Choat
Mulher
de Pedro Lage.
Morreu
num atentado em Sevilha, quando uma bomba explodiu perto da Giralda.
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