quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Digital daggers - The devil within / Boston, Rio Charles









UM QUASE CONTO POUCO EDIFICANTE:

O lance do presidente da Junta (parte 3 de 7)





O António, o diligente secretário do Presidente da Junta,  comenta com os amigos a extrema dedicação da D. Guida para com o esposo.
- A mulher farta-se de me telefonar a perguntar pelo marido – diz visivelmente ciumento, certamente pensando na mulher, a Beta, muito mais preocupada com os gatos e demais bicharada, do que com ele – E quando digo à D. Guida que o Presidente anda  nervoso, a pobre mulher fica numa aflição que só visto!
Também as frequentes visitas do Presidente a sua casa procurando pela  D. Guida são motivo de falatório. O nervoso homem, sempre preocupado com a cada vez mais delicada saúde da mulher, passou a ser motivo de muito suspiro  entre a população feminina e  basto falatório picante entre os seus pares.
O desconsolado “hum” que ouviu do Monsieure Pierre de la Croix ao comunicar a intenção da Junta  doar dez mil euros para a sua oba benemérita, esfrangalhou os nervos do Presidente da Junta.
Agora a D. Guida está a pagar ativamente as favas de tamanha falta de interesse do Pierre de La Croix.
Enquanto o Presidente da Junta se esfalfa em cima da D. Guidinha buscando frenético a fugaz calma muscular, a pobre mulher vai pensando que tem de por um ponto final nesta continua sessão ginasticada.
As reuniões extraordinárias da junta de freguesia sucedem-se a um ritmo semelhante ao abrir as pernas  da D. Guida.  Talvez aqui e ali as pernas da D. Guida se abram com mais frequência, fruto da stressada imaginação do Presidente da Junta, que vislumbra o seu precioso Audi A6, ora à distância de um passo ora a esfumar-se ao sabor dos humores do Pierre de La Croix.
Ontem à tarde, por exemplo, depois de um surto especialmente violento de stress do Presidente da Junta, a D. Guida chegou à conclusão que sempre repousava um pouco mais se simplesmente se deixasse estar deitada e, de preferência, com as pernas abertas.
Na terceira sessão extraordinária da Assembleia da Junta de hoje, discutia-se o reforço da doação a fazer à obra benemérita do Messiêr Pierre de la Croix.  O problema que agora os Vogais se deparam reside no triste facto dos ilustres Alforgerences  já terem dado mais do que tinham. Esta é a triste verdade a que acabaram de chegar e faz com que os nervos do Presidente da Junta atinjam novo pico e stress.  
Para tornar a doação irrecusável, muitos Vogais  tiveram que se  endividar. Mas o Call center a instalar na vila vale bem todos os sacrifícios. Vale principalmente os ganhos futuros para cada um dos ainda eufóricos vereadores.
Ontem a D. Guida andou numa azáfama quando Messiê Pierre confidenciou ao marido estar a pensar construir também um hotel de quatro ou até mesmo de cinco estrelas.  Logo um de cinco estrelas, berrou o afogueado Presidente da Junta em cima da pobre Guidinha.
Aquele desconsolado “hum” grunhido pelo Pierre de la Croix é que pôs toda gente desvairada e a D. Guida à beira de um estado de nervos.
Rapidamente um brutal  imposto  sobre os munícipes foi aprovado quase por unanimidade. Os dois comunistas da Junta arengaram sobre a falta de legalidade da medida mas ninguém ligou aos tipos. Ao fim e ao cabo esta esquerdalha está sempre do contra e é toda legalista quando lhe convém.
Prestimoso, o prior da freguesia ofereceu-se para doar as oferendas das próximas missas, levando este movimento cívico para um patamar de santidade pouco visto nestas movimentações monetárias.
A liga das mães e esposas de Alforges de Cima foi orientada a fazer rifas, quermesses e qualquer outra coisa para arrecadar mais dinheiro. Da mesma forma as gentes da aldeia foram incentivadas a comparecer e, principalmente, a comprar as ditas rifas. Rifas e o que por lá houver. Nesta ação comunitária o bom Prior deu uma santa ajuda, gritando do púlpito que qualquer Alfogerence de Cima que não comprasse uma rifa não era um bom cristão. E se dúvidas houvesse, a firme mão do pecado e do fogo do inferno dirigiu os aldeões para o sítio certo, gastando beatamente as poucas poupanças que ainda conservavam debaixo dos colchões.
Os serviços secretos de Alforges de Cima informaram que a sua irmã gémea, dita  “de Baixo”, andava em idêntica lufa lufa, o que só serviu para aumentar o nervos  do Presidente da Junta e o cansaço da D. Guida.
Decidiram os vereadores quase por unanimidade  vender o maior quadro do salão magno (mas quem liga aos votos contra dos comunas,  por amor de Deus?).
Para grande alarme da malta da Junta e da D. Guidinha,  a venda da pintura da Junta pouco rendeu.
Foi então que num derradeiro esforço, penhoraram o lavadouro comunitário, o pelourinho e o burro do Silva.
Ao final do dia os valorosos Vogais da Junta de Freguesia de Alforges de Cima tinham cometido a proeza de  reunir oitenta mil euros.
A adrenalina estava a mil e o Presidente não cabia em si de tantos nervos.
Por isso rumou apressado para casa.
- Guidinhaaa!
De tão nervoso que estava,  o Presidente da Junta não reparou no papel que repousava no leito conjugal.
Dizia:
Meto férias e só regresso quando esta maldita  história acabar. Entretanto tens o Bataclã ou quem tu quiseres para te aliviar.
Beijinhos,
Guida.

(continua)



































LOCAIS ONDE SE PASSA A ACÇÃO

Boston - Rio Charles











Katty Rilley (2º livro)

Filha da Sam. 
Com o inseparável Bob, o amigável pastor belga, calcorreia alegremente as praias de Cape Cod. Até ao dia em que dá com um homem solitário no topo da sua duna preferida.











Pedro Lage
Médico emigrado em Boston. 
Regressa a Lisboa à procura de vingar a morte de sua esposa, Annie Choat.












Sam Rilley (2º livro)
Viúva, mãe da Katty.
Muda-se de Fort Worth, Texas, para Cape Cod, Massachusetts , na esperança de refazer a sua vida.
Recupera uma velha mansão na praia. Uma festa na Igreja de Provincetown irá alterar radicalmente a sua vida.











Inspetor Frederico de Souza
Recentemente aposentado da PJ.
 Apesar de ter colaborado marginalmente no caso do atentado em Sevilha, a impunidade do ato leva-o a encetar uma obsessiva cruzada em busca da verdade.




































Teresa Belo
Prostituta de luxo com uma visão positiva, confiante e muito gratificante da vida. Não fosse a enorme  obsessão do Carlos Parreira por ela e, sim, era caso para dizer:
 la vie en rose.




















Gianpiero Bozzo
Banqueiro e um dos chefes da Máfia americana. 
Adotou o Pedro Lage quando este, numa arriscada intervenção cirúrgica ao cérebro,  salvou o seu filho único de uma morte certa.

 Trata por filha a Annie Choat e jurou vingar a sua morte.





















Edward Choat (2º livro)
Pai da Annie. 

Devastado pela morte da filha, tenta preservar as memórias num caderninho que leva consigo para todo o lado.  Subitamente, numa visita ao Pedro Lage, o seu quotidiano sofre uma dramática alteração.




















Clara de Souza (2º livro)
Esposa do Inspetor Frederico. 

Preocupada com a obsessão do marido pelo insolúvel caso de Sevilha, reúne todas as forças para lutar por ele, tentando resgatá-lo  do crescente alheamento que o atormenta. 

















Anselmo Munguambe
Ex inspector criminal da DNIC Angolana. 

Vê-se envolvido numa investigação em  Cabinda. Tenta sem grande êxito esquecer o seu amante de Luanda, o Puto Zé.

















Carlos Parreira.
Psicopata e assassino, desenvolve uma forte obsessão pela Teresa Belo, uma prostituta de Luxo de Lisboa.
Ex. mercenário. Atualmente responsável pela segurança da ELAD, a empresa angolana de lapidação de diamantes.


















.
Puto Zé

Para ele, a vida é uma festa. Ou melhor: muitas festas.
Vive a vida intensamente, sem preocupações nem amarras. Um homem que nunca deixou se ser um puto.
















Padre Thomas (2º livro)
Cedo o bom padre Thomas desenvolve uma tranquila amizade com o Pedro Lage. O convite que fez ao Pedro para abrilhantar uma festa na sua paróquia irá desencadear um conjunto de ações que nenhum poderia suspeitar.





















Chefe Mike (2º livro)

O chefe Mike tem uma boa vida na tranquila  Provincetown, e tem-na aproveitado ao máximo. A chegada de um forasteiro irá complicar muito a pacatez do bom Xerife.  E com ele surge o primeiro assassínio na pacífica povoação de  Cape Cod.





















Miguel Lacerda
Inspetor da PJ. Desencantado com a vida, com a ex mulher e com a reforma que teima em fugir. 

A estranha ligação de um banqueiro assassinado a uma prostituta desaparecida ameaçam estragar o Natal cuidadosamente preparado com a sua filha.























Jota

Inspector criminal da DNIC Angolana. Coordena uma investigação em  Cabinda e tenta não saír chamuscado deste mediático caso.





















Kiese
Jovem agente da policia de Cabinda. 

Durante demasiado tempo investigou sozinho o caso das jovens desaparecidas. Com a chegada dos reforços vindos de Luanda, o seu equilíbrio ameaça desintegrar-se.
















Teresa Belo
Prostituta de luxo com uma visão positiva, confiante e muito gratificante da vida. Não fosse a enorme  obsessão do Carlos Parreira por ela e, sim, era caso para dizer:
 la vie en rose.




















Sam Rilley (2º livro)
Viúva, mãe da Katty.
Muda-se de Fort Worth, Texas, para Cape Cod, Massachusetts , na esperança de refazer a sua vida.
Recupera uma velha mansão na praia. Uma festa na Igreja de Provincetown irá alterar radicalmente a sua vida.






















Pedro Lage
Médico emigrado em Boston. 
Regressa a Lisboa à procura de vingar a morte de sua esposa, Annie Choat.






















Annie Choat
Mulher de Pedro Lage. 

Morreu num atentado em Sevilha, quando uma bomba explodiu perto da Giralda.


























































































Sem comentários:

Enviar um comentário